quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sacudindo a terra…

Divido com vocês uma estória que nos traz uma bela reflexão.

Um dia, o cavalo de um camponês caiu num poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso o animal relinchou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que o cavalo já estava muito velho e não servia mais para nada, e também o poço já estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma.

Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar vivo o cavalo. Cada um deles pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço. O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele, e relinchou desesperadamente.

Porém, para surpresa de todos, quietou-se depois de umas quantas pás de terra que levou.
O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caía sobre suas costas o cavalo a sacudia, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão.

Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando. A vida vai lhe jogar muita terra, todo o tipo de terra. Principalmente se você já estiver dentro de um poço.

O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela.
Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima, não devemos reclamar do que ocorre conosco e sim, buscar forças para vencer. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos. Use a terra que te jogam para seguir adiante e vencer seus obstáculos.

Pois os obstáculos fazem parte do nosso crescimento e da vida. Às vezes olhamos para trás, e pensamos, talvez hoje, eu teria tido outra atitude ao passar por aquela experiência… Sim, porque a maturidade chega com o tempo e o aprendizado se faz presente em nossas vidas, através dos erros e dos acertos. Mas para isso, é preciso também que saibamos parar de vez em quando para refletir sobre a nossa caminhada. Reconhecer nossos erros, reconhecer os erros dos outros, porque podemos aprender pelo amor ou pela dor… Na maioria das vezes, não conseguimos enxergar pelo amor… Às vezes está tudo tão claro a nossa frente, é tão fácil, que não valorizamos o que temos… As pessoas de confiança que fazem de tudo para fazer o melhor no trabalho, os amigos sinceros, a saúde, a família… E então tratamos mal a quem nos ama, não damos o devido valor a quem há anos está ao nosso lado, seja no trabalho ou na vida, dedicando todos os minutos para que possamos seguir em frente…

Às vezes, damos mais ouvido a pessoas que chegam a tão pouco tempo em nossa caminhada, do que as que já estão há tempo e com sinceridade caminhando conosco, lado a lado, e aí fazemos como o homem, jogamos as pás de terra porque fica mais fácil, ao invés de verdadeiramente buscarmos soluções corretas, sinceras e gratas pelo tempo de serviço que o cavalo tão bem prestou ao homem.



Todo o esforço, toda a luta, todo este empenho é sempre válido para salvar ou ajudar alguém… Se o cavalo tivesse entregue os pontos, e ficasse a se lamentar e gritar e chorar, mesmo assim já estaria morto, e pior, seria enterrado vivo… Pensemos então, que gritar, chorar, esbravejar nunca resolverá nossos problemas. Temos que pensar calmamente para procurarmos soluções, pois temos a obrigação de sermos felizes, de sermos pessoas que com coragem (que não é a ausência do medo, mas o controle sobre ele) enfrentam seus problemas, independente da idade, do sexo, da condição econômica e etc…

Sacudamos sempre a terra que jogam em nossas costas, pois no mundo, não faltará nunca “o lobo em pele de cordeiro”, ou o invejoso que precisa te atingir para tentar subir, ou o acomodado que desiste facilmente de enfrentar obstáculos, e assim por diante… Porque encontramos sempre em nosso caminho, aquele que chora conosco em nossas horas de tristeza, mas encontramos muito poucos, pouquíssimos, dos que se alegram com as nossas conquistas e vitórias!



Que este cavalo possa simbolizar, a vontade de lutar sempre, e não se acomodar em qualquer fase ou idade que tenhamos, pois devemos recordar sempre que o passado é história, o futuro é mistério, o presente é uma dádiva e por isso se chama presente.

Para ser feliz, basta vivermos de forma simples e harmoniosa, sempre libertando o nosso coração da desarmonia; libertando a nossa mente das preocupações; simplificando a vida; dando mais e esperando menos… e sempre amando mais, aceitando a terra que jogam sobre nós, pois ela pode ser a solução e não o problema.

Desejo a você que amanhã seja um dia ainda melhor do que foi hoje!

Ana Bonadia

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