segunda-feira, 25 de junho de 2012

É preciso agir e não reagir

Agir = comportamento pautado por valores, pela inteligência e pela vontade. Reagir = comportamento condicionado pelas emoções, pelos preconceitos e pelos rótulos Oi Filoteu! A partir destes conceitos, acho que temos uma dica para entender o quanto é importante que o nosso comportamento seja ditado pela razão e menos pela emoção. A emoção, as paixões, ou seja, essa área afetiva (a agressividade, os impulsos afetivo-sexuais, que não são necessariamente genitais) são combustível. E com o combustível se pode colocar o carro para funcionar ou por fogo no carro e torná-lo sucata. O controle das emoções se faz através da parceria entre a vontade que decide e determina e a inteligência que ilumina, pondera e racionaliza (e também usa as ferramentas e argumentos da fé). É preciso que, a partir disso, a vida da pessoa seja conduzida por este equilíbrio e as energias fabulosas dos afetos sejam guiadas, estejam sob as rédeas controladoras (e não repressoras) da vontade. As emoções entregues a si mesmas são terríveis! A vida sem emoção é caixão preto e quatro velas (é o fulano que morreu e esqueceram de enterrar). Santo Tomás de Aquino ensina que a vontade por sua natureza é boa, daí que também seu ato natural sempre é bom. E ao dizer ato natural da vontade entenda-se a que o homem por natureza quer: a felicidade, ser feliz, viver feliz e abraçar a bem-aventurança. Quando, porém, se trata do bem moral, a vontade em si considerada não é boa nem má, mas mantém-se em potência para o bem ou para o mal.  Também Santo Tomás ensina que o demônio (espírito decaído), propõe o mal, sob a aparência de bem. Ele pode agir não diretamente sobre a vontade e a inteligência, mas pode agir na fantasia e sobre a memória, bem como sobre as paixões que residem no apetite sensitivo. Assim ele age indiretamente sobre a vontade.“a vontade permanece livre de consentir ou resistir aos movimentos das paixões” S. Tomás. Por isso, a fantasia, a memória e as paixões precisam constantemente serem protegidas e nunca perder a compreensão do grau de exposição que estas faculdades possuem ante as propostas do mal.São periféricas e por isso mesmo pontos que exigem uma vigorosa proteção, vigilância. A inteligência e a vontade precisam manter-las sob atenta observação para que elas não se agitem e venham a forçar a entrada da parte nobre do ser onde elas, as rainhas, a saber, a inteligência e vontade residem. Longe de ser algo fácil e poética trata-se de um exercício duro, exigente, árduo, mas fundamental para que a pessoa se torne livre do domínio tirânico de emoções descontroladas ou sem guia firme.  A pessoa que age, comporta-se como um alguém livre, dona de seus atos, raciocina e pondera. A pessoa que reage tão somente é reflexo do ambiente, vive à reboque do comportamento dos outros. É aquele que dá as rédeas de sua liberdade para os outros decidirem e coitados, pensam que são livres! Quem reage é controlado pelos outros que ditam como o tal indivíduo deve comportar-se. Daí que a mansidão (que não significa ser bobo ou permissivo, nem fraco ou covarde) é aquele que com firmeza sabe posicionar-se, sem deixar-se arrastar pela agressividade, mas canaliza esta força afetiva para tantas obras boas de serviço, de produzir algo de bom, de belo e verdadeiro. Voltaremos a pensar e refletir sobre isso ainda. Um abraço e bênção pra você, Filoteu de Betânia. Autor: Pe. Antonio Ma
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